Psicóloga Clínica
Doutorada em Saúde, Personalidade
e Diferenças Individuais
Terapeuta em EMDR
HPA Magazine 17
A sociedade mantém bem vivas as memórias das primeiras notícias. Um inimigo invisível que dizima vidas, que abre tantas valas e que transporta tantos corpos. Mesmo quem até agora não teve COVID, não deixou de viver uma situação de stress crónico. Não só o nosso cérebro guarda a memória das imagens televisivas, como também o nosso corpo guarda a memória do impacto emocional do que foi vivenciado, um pouco por todo o mundo.
Os profissionais que trabalham na área do trauma conhecem bem o efeito do stress no cérebro e as alterações químicas e eléctricas que nele acontecem. O cérebro, sentindo o alarme do perigo, manteve-se assim até hoje. Muitas pessoas não conseguiram ainda sair do estado de alerta. Os medos são muitos: de contrair o vírus, medo da morte, de não ter acesso a cuidados de saúde ou medo do internamento. Há quem tenha igualmente medo da vacina.
O primeiro grande impacto emocional está relacionado com o diagnóstico. Receber o diagnóstico positivo para a COVID-19 pode ser verdadeiramente traumático. A incerteza, o receio de contágio dos membros da família, a incerteza para com a evolução da doença, a ansiedade e o tempo de isolamento, são sintomas que correspondem apenas à fase inicial de todo o processo. E o stress provocado por esta situação prolongada, tem um impacto inevitavelmente maior se for acompanhado de solidão e isolamento social.
Volvidos quase dois anos, a COVID-19 teima em ficar. E por este motivo, são muitas as dúvidas em relação ao futuro. Consequentemente o medo e a ansiedade com toda a incerteza que se vive, aumentam.
Sob o ponto de vista emocional e para algumas pessoas, só o nome COVID assusta, pois embora os sintomas possam ser residuais, em último caso poderá causar uma infeção respiratória grave, como uma pneumonia e, até mesmo levar à morte. Talvez por isso, o impacto do diagnóstico e o medo relativo ao prognóstico sejam inevitáveis. Testar positivo à COVID-19 pode abrir a porta a um longo caminho a percorrer. Os pacientes podem ter que lidar com os sintomas que a doença deixou, durante muito tempo. Em Portugal, estima-se que cerca de 80 mil pessoas possam vir a sofrer sequelas maiores ou menores a longo prazo. Mas mesmo nos casos de menor gravidade são frequentes os relatos de dificuldades respiratórias, dores musculares, incapacidade para a realização de exercício físico, entre outras. As sequelas deixadas pela COVID-19 poderão ser relevantes e os efeitos podem verificar-se não só a nível pulmonar mas também hematológico, cardiovascular, respiratório, neurológico, emocional, renal, endócrino, gastrointestinal ou mesmo dermatológico.
A sociedade mantém bem vivas as memórias das primeiras notícias. Um inimigo invisível que dizima vidas, que abre tantas valas e que transporta tantos corpos. Mesmo quem até agora não teve COVID, não deixou de viver uma situação de stress crónico. Não só o nosso cérebro guarda a memória das imagens televisivas, como também o nosso corpo guarda a memória do impacto emocional do que foi vivenciado, um pouco por todo o mundo.
Os profissionais que trabalham na área do trauma conhecem bem o efeito do stress no cérebro e as alterações químicas e eléctricas que nele acontecem. O cérebro, sentindo o alarme do perigo, manteve-se assim até hoje. Muitas pessoas não conseguiram ainda sair do estado de alerta. Os medos são muitos: de contrair o vírus, medo da morte, de não ter acesso a cuidados de saúde ou medo do internamento. Há quem tenha igualmente medo da vacina.
O primeiro grande impacto emocional está relacionado com o diagnóstico. Receber o diagnóstico positivo para a COVID-19 pode ser verdadeiramente traumático. A incerteza, o receio de contágio dos membros da família, a incerteza para com a evolução da doença, a ansiedade e o tempo de isolamento, são sintomas que correspondem apenas à fase inicial de todo o processo. E o stress provocado por esta situação prolongada, tem um impacto inevitavelmente maior se for acompanhado de solidão e isolamento social.
Volvidos quase dois anos, a COVID-19 teima em ficar. E por este motivo, são muitas as dúvidas em relação ao futuro. Consequentemente o medo e a ansiedade com toda a incerteza que se vive, aumentam.
Sob o ponto de vista emocional e para algumas pessoas, só o nome COVID assusta, pois embora os sintomas possam ser residuais, em último caso poderá causar uma infeção respiratória grave, como uma pneumonia e, até mesmo levar à morte. Talvez por isso, o impacto do diagnóstico e o medo relativo ao prognóstico sejam inevitáveis. Testar positivo à COVID-19 pode abrir a porta a um longo caminho a percorrer. Os pacientes podem ter que lidar com os sintomas que a doença deixou, durante muito tempo. Em Portugal, estima-se que cerca de 80 mil pessoas possam vir a sofrer sequelas maiores ou menores a longo prazo. Mas mesmo nos casos de menor gravidade são frequentes os relatos de dificuldades respiratórias, dores musculares, incapacidade para a realização de exercício físico, entre outras. As sequelas deixadas pela COVID-19 poderão ser relevantes e os efeitos podem verificar-se não só a nível pulmonar mas também hematológico, cardiovascular, respiratório, neurológico, emocional, renal, endócrino, gastrointestinal ou mesmo dermatológico.