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Dr. Suzana Guedes 

Psicóloga Clínica
Doutorada em Saúde, Personalidade
e Diferenças Individuais
Terapeuta em EMDR

Dr. Suzana Guedes

Depois da Covid, que saúde mental e emocional?

HPA Magazine 17

 

COVID-19, é um nome bem conhecido a nível mundial. Foi o nome dado pela Organização Mundial de Saúde à doença provocada pelo novo coronavírus SARS-COV-2. Este vírus foi identificado pela primeira vez em humanos no final de 2019, na cidade chinesa de Wuhan, província de Hubei, tendo a partir de então sido confirmados casos em quase todos os países do mundo, conduzindo a uma situação pandémica com um impacto a uma escala sem precedentes.


Depois da Covid, que saúde mental e emocional?


 

A sociedade mantém bem vivas as memórias das primeiras notícias. Um inimigo invisível que dizima vidas, que abre tantas valas e que transporta tantos corpos. Mesmo quem até agora não teve COVID, não deixou de viver uma situação de stress crónico. Não só o nosso cérebro guarda a memória das imagens televisivas, como também o nosso corpo guarda a memória do impacto emocional do que foi vivenciado, um pouco por todo o mundo.
Os profissionais que trabalham na área do trauma conhecem bem o efeito do stress no cérebro e as alterações químicas e eléctricas que nele acontecem. O cérebro, sentindo o alarme do perigo, manteve-se assim até hoje. Muitas pessoas não conseguiram ainda sair do estado de alerta. Os medos são muitos: de contrair o vírus, medo da morte, de não ter acesso a cuidados de saúde ou medo do internamento. Há quem tenha igualmente medo da vacina.
O primeiro grande impacto emocional está relacionado com o diagnóstico. Receber o diagnóstico positivo para a COVID-19 pode ser verdadeiramente traumático. A incerteza, o receio de contágio dos membros da família, a incerteza para com a evolução da doença, a ansiedade e o tempo de isolamento, são sintomas que correspondem apenas à fase inicial de todo o processo. E o stress provocado por esta situação prolongada, tem um impacto inevitavelmente maior se for acompanhado de solidão e isolamento social.
Volvidos quase dois anos, a COVID-19 teima em ficar. E por este motivo, são muitas as dúvidas em relação ao futuro. Consequentemente o medo e a ansiedade com toda a incerteza que se vive, aumentam. 
Sob o ponto de vista emocional e para algumas pessoas, só o nome COVID assusta, pois embora os sintomas possam ser residuais, em último caso poderá causar uma infeção respiratória grave, como uma pneumonia e, até mesmo levar à morte. Talvez por isso, o impacto do diagnóstico e o medo relativo ao prognóstico sejam inevitáveis. Testar positivo à COVID-19 pode abrir a porta a um longo caminho a percorrer. Os pacientes podem ter que lidar com os sintomas que a doença deixou, durante muito tempo. Em Portugal, estima-se que cerca de 80 mil pessoas possam vir a sofrer sequelas maiores ou menores a longo prazo. Mas mesmo nos casos de menor gravidade são frequentes os relatos de dificuldades respiratórias, dores musculares, incapacidade para a realização de exercício físico, entre outras. As sequelas deixadas pela COVID-19 poderão ser relevantes e os efeitos podem verificar-se não só a nível pulmonar mas também hematológico, cardiovascular, respiratório, neurológico, emocional, renal, endócrino, gastrointestinal ou mesmo dermatológico.
 

A sociedade mantém bem vivas as memórias das primeiras notícias. Um inimigo invisível que dizima vidas, que abre tantas valas e que transporta tantos corpos. Mesmo quem até agora não teve COVID, não deixou de viver uma situação de stress crónico. Não só o nosso cérebro guarda a memória das imagens televisivas, como também o nosso corpo guarda a memória do impacto emocional do que foi vivenciado, um pouco por todo o mundo.
Os profissionais que trabalham na área do trauma conhecem bem o efeito do stress no cérebro e as alterações químicas e eléctricas que nele acontecem. O cérebro, sentindo o alarme do perigo, manteve-se assim até hoje. Muitas pessoas não conseguiram ainda sair do estado de alerta. Os medos são muitos: de contrair o vírus, medo da morte, de não ter acesso a cuidados de saúde ou medo do internamento. Há quem tenha igualmente medo da vacina.
O primeiro grande impacto emocional está relacionado com o diagnóstico. Receber o diagnóstico positivo para a COVID-19 pode ser verdadeiramente traumático. A incerteza, o receio de contágio dos membros da família, a incerteza para com a evolução da doença, a ansiedade e o tempo de isolamento, são sintomas que correspondem apenas à fase inicial de todo o processo. E o stress provocado por esta situação prolongada, tem um impacto inevitavelmente maior se for acompanhado de solidão e isolamento social.
Volvidos quase dois anos, a COVID-19 teima em ficar. E por este motivo, são muitas as dúvidas em relação ao futuro. Consequentemente o medo e a ansiedade com toda a incerteza que se vive, aumentam. 
Sob o ponto de vista emocional e para algumas pessoas, só o nome COVID assusta, pois embora os sintomas possam ser residuais, em último caso poderá causar uma infeção respiratória grave, como uma pneumonia e, até mesmo levar à morte. Talvez por isso, o impacto do diagnóstico e o medo relativo ao prognóstico sejam inevitáveis. Testar positivo à COVID-19 pode abrir a porta a um longo caminho a percorrer. Os pacientes podem ter que lidar com os sintomas que a doença deixou, durante muito tempo. Em Portugal, estima-se que cerca de 80 mil pessoas possam vir a sofrer sequelas maiores ou menores a longo prazo. Mas mesmo nos casos de menor gravidade são frequentes os relatos de dificuldades respiratórias, dores musculares, incapacidade para a realização de exercício físico, entre outras. As sequelas deixadas pela COVID-19 poderão ser relevantes e os efeitos podem verificar-se não só a nível pulmonar mas também hematológico, cardiovascular, respiratório, neurológico, emocional, renal, endócrino, gastrointestinal ou mesmo dermatológico.